Euclides da Cunha


Euclides Rodrigues Pimenta da Cunha.

Nasceu em 1866 no município de Cantagalo,  Rio de Janeiro (RJ). Filho de Manuel Rodrigues Pimenta da Cunha e Eudóxia Moreira da Cunha e morreu em 1909 também no Rio de Janeiro.

   Órfão desde os três anos de idade foi criado por seus tios. Matriculou-se na Escola Politécnica e depois na Escola Militar sendo que em nenhuma delas concluiu o curso. Em São Paulo iniciou sua vida de jornalista profissional colaborando no jornal “A Província de São Paulo”. Como tivesse ideais republicanos logo consegue aceitação entre os seguidores dos mesmos ideais.

   Em 1889 volta para o Rio de Janeiro e reingressa na Escola Politécnica e novamente abandona o curso sem termina-lo. Assiste e participa da proclamação  da República e acaba por ser apresentado ao Marechal Deodoro.

   Voltou a pertencer às fileiras de Exército e teve uma carreira rápida. Em 1890 fez o curso de artilharia, foi promovido a 2º tenente e casou-se; nos dois anos que se seguiram foi bacharel em Matemática, Ciências Físicas e Naturais, concluiu o curso de Estado Maior e Engenharia e foi promovido a primeiro tenente. No ano de 1893 foi praticar na Estrada de Ferro Central do Brasil e foi servir na Diretoria de Obras Militares.

   Desentendeu-se com Floriano Peixoto e foi transferido para Campanha, em Minas Gerais. Em 1895 largou a carreira militar e dedicou-se à engenharia civil. Em 1896 era reformado como capitão. Em 1897 acontece o episódio de Canudos e, convidado pelo jornal “O Estado de São Paulo” , segue para o local como correspondente especial. Euclides acompanhou pessoalmente todo o desenrolar da campanha e fica abalado por ver tudo o que acontece. É mais ou menos nesta altura que começa a delinear “Os Sertões”, obra-prima de nossa literatura.

   Em 1896 é o indicado para construir uma ponte sobre o rio Pardo. Muda-se com a família (mulher e dois filhos) para a cidade de São Jose do Rio Pardo e ali começa a escrever, verdadeiramente, “Os Sertões”. Em 1903 demite-se de suas funções e passa a viver de pequenos trabalhos profissionais de engenharia e artigos que escreve para diversos jornais.

É eleito para a Academia Brasileira de Letras, onde ocupou a cadeira nº 7, que tem par patrono Castro Alves, o poeta dos escravos e que teve como fundador Valentim Magalhães. Nesse mesmo ano é aclamado como sócio do Instituto Histórico e Geográfico. Foi nomeado e indicado para várias funções públicas e muito honrosas, mas não as levou a cabo. De 1905 em diante, por  três anos foi adido do gabinete de Rio Branco. Em 1906 tomou posse de sua cadeira na Academia Brasileira de Letras e continuou a trabalhar em várias tarefas nacionais. Em seus altos e baixos, Euclides sofre o problema de não ter um emprego fixo, ao mesmo tempo em que tem, domesticamente, problemas muito sérios. Traído pela esposa acaba por ser baleado pelo amante dela, vindo a falecer.

   Deixou Obra não muito extensa, mas precisa: Ilha dos Búzios e da Vitória (1902), Os Sertões (1902), Contrastes e Confrontos (1907), Perus versus Bolívia (1907), À Margem da História e outras.